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Esportes
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Imagem: Reprodução Internet

Campo

 

A nivelação do futebol brasileiro

 

A algum tempo a mentalidade do futebol vem mudando no Brasil, não mais vemos um disparate de forças entre os clubes da Série A do brasileirão e os clubes de menor expressão e poderio econômico. Esse nivelamento em parte acontece pela mudança da aplicação tática das equipes, a forma como os times se portam dentro de campo, a maneira como os dirigentes conduzem as equipes e a própria postura dos jogadores.

Alguns anos atrás, quando um time da elite do futebol do país enfrentava algum time de menor expressão na Copa do Brasil, era quase sinônimo de que não haveria um segundo jogo, o próprio regulamento já previa a exclusão do jogo de volta em caso de a equipe visitante vencer por mais de dois gols de diferença (justamente para desafogar o calendário apertado das equipes de Série A), e era considerada uma façanha quando um clube menor conseguia levar a decisão para o segundo jogo ou conseguia um resultado positivo. Hoje em dia, esse é um cenário que vem se tornando improvável.

A Copa do Brasil vem mostrando que o panorama mudou, resultados antes improváveis estão acontecendo com frequência e os clubes de elite estão constantemente enfrentando dificuldades para superar os clubes de menor expressão. O Vasco precisou de dois jogos para fazer um único gol (no jogo de volta), e superar o Resende para avançar na primeira fase, na segunda fase contou com um resultado somado de 3x2 para superar o Treze, a Portuguesa caiu já na primeira fase ante ao Potiguar de Mossoró. Vasco e Portuguesa disputam a Série B neste ano.

Falando sobre clubes da série A, o Goiás foi eliminado pelo Santa Rita logo na primeira fase da copa e o Fluminense amargou uma derrota de 3x1 para o Horizonte, é bem verdade que o no jogo de volta, no Rio de Janeiro, superou o adversário por 5x0, porém poderia ter tido um resultado ainda pior jogando como visitante. O São Paulo perdeu o primeiro jogo para o CRB por 2x1 e precisou do jogo de volta, em São Paulo, para superar o adversário por um placar mais elástico. O Internacional não conseguiu nada além de um empate de 1x1 frente ao Cuiabá e o Palmeiras amargou uma derrota de 2x1 para o Sampaio Correia. Ante exposto, não se trata de um caso isolado, mas a dificuldade que as equipes das Séries A e B vem enfrentando para vencer os clubes menores se mostra algo constante.

Os jogos que eram sinônimos de espetáculos para as torcidas nas primeiras rodadas da Copa do Brasil, tem se tornado cada vez mais truncados, onde a marcação é priorizada e muitas vezes após marcar um gol, a equipe começa a jogar no contra ataque. O respeito e deslumbramento que existia antes quando equipes de quarta divisão enfrentavam as potências do futebol não existem mais, pois esses jogadores entenderam que uma apresentação primorosa em um jogo como esse pode render contratos e uma mudança de patamar em suas carreiras, logo eles se doam 100% à partida. Em contra partida, podemos ver uma postura pragmática e até mesmo arrogante de alguns jogadores das equipes de elite com aquele ar de "vamos resolver a qualquer momento", o que nem sempre acontece.

Qualidade técnica não falta as equipes de elite, porém essa qualidade não tem se sobressaído em campo nem é traduzida em resultados, seja por uma postura de marcação adotada pelo treinador, apatia demonstrada pelos jogadores e até mesmo a transferência de responsabilidade. Quando um jogador recebe muito acima da média da equipe, pode despertar um sentimento de ciúme no grupo e consequentemente pode ser delegada a ele de forma subjetiva a responsabilidade de "resolver" a partida. Esses fatores aliados ao sentimento de "jogo da vida" que alguns atletas adquirem nesse tipo de partida, resultam no cenário de "surpresas" cada vez mais frequentes. É claro que é sempre bom ver os clubes de menor poderio desafiando os clubes de elite, porém seria melhor ainda que esse desafio ocorresse com os "grandes" assumindo o papel de protagonismo que lhes cabe.

Fábio Carlos Uriel